A
pressão silenciosa sobre as tropas Tya era enorme, todos sabiam o
que os cercava. Parecia que todos os postos de vigilância haviam
sido movidos para ali, eles não tinham ideia que as tropas
escarlates eram muito maiores. A pergunta a ser feita é, quando eles
atacariam?
Loreah
estava exausta, os turnos de treino em que ela ensinava novas formas
de batalha eram contínuos, ela estava acrescentando
o seu conhecimento as formas já aprendidas dos soldados. A tarefa
era mais fácil que ensinar pessoas sem treinamento de combate, Adáia
era rígida e exigia treino continuo de seus comandados foi isso que
facilitou para Loreah porque se dependesse dos combates que eles
entraram nas últimas primaveras, haveria soldados sem noção
nenhuma de combate, formação, formação em equipe. Depois do
ocorrido da mistura de vivências entre Adáia e Loreah, elas
trabalhavam como uma, organizando treinando e ensinando sobre os
cavaleiros escarlates. Eles já tinham avançado o outono apenas
treinando, recrutando e definindo as defesas.
Liof
passou todos os dias ensinando o que conseguia lembrar sobre a magia,
contou toda a sua história a Marian e a preparou como compreendia ser o melhor. Nesse tempo, ambos estudaram os símbolos na caixa e identificaram algumas coisas,
havia seis lugares para seis símbolos, porém aquele que construiu a
caixa escrevera apenas quatro deles. Eram os símbolos básicos (foi
dessa forma que Liof os apelidou), símbolos representantes dos
quatro elementos simples: Água, fogo, ar e terra. Descobriram que o
símbolo desenhado por Loreah era relacionado ao ar, hipóteses
criadas pelos raciocínios. Liof estava tentando algumas confirmações
com a regente, porém o crescimento da menina que dava voz a entidade
protetora de Tya estava começando a afetar diretamente com a
comunicação. A menina criara um controle maior de sua mente. Não
podendo então deixar fluir, teria que aprender como possibilitar
essa comunicação.
Sten
entrou para guarda de Tya e treinava com todos os outros soldados,
aprendera com os outros soldados as regras da honra de Tya e sobre o
respeito ao ser. O denominado selvagem descobrira regras de civilidade
muito mais complexas do que antes, em Tya tudo importava, desde
plantas e animais até a vontade livre do ser. Ali todos poderiam ser
o que quisessem ser e fazerem o que quisessem fazer, observando
lógico o limite em que o querer afetava de modo negativo a vida de
todos.
Pãntrio
e Pirtrio entraram cada um na área que queria aprender, Pirtrio quis
aprender a tratar de animais e Pãntrio quis aprender a como
conduziria os trabalhos e virou o único menino a ser ensinado pela
apuradora.
Em uma noite Adáia,Guinn, Liof, Marian, Loreah e Sten jantavam juntos. Os
copos cheios de sumoçetil, só Sten não bebia.
—
Nós temos
uma quantidade grande mas eles são mais numerosos— Adáia não
conseguia parar de pensar.
—
Considere que cada um deles tem a força de dois de nossos soldados mais fortes
— soou Loreah cansada.
—
Eu ainda
acho que nossa maior vantagem é o local, estamos no campo em que
mais conhecemos— Guinn foi categórica, enquanto levava uma torta
salgada a boca
—
Ficar nessa
espera é terrível, o sentinela precisa desse tempo, nós não
podemos dar esse luxo a ele — O velho Guardião alarmou a todos.
—
Por que não
os trazemos para o nosso campo? — Marian questionou.
—
Não é tão
simples, eles não cedem a emoções. Não há como incomodá-los e fazer isso os trazerem até nós— Adáia falou com enfado, Loreah e ela haviam
conversado várias vezes sobre isso.
Sten
olhava para a conversa pairando na mesa, seus cabelos agora estavam
amarrados, o elmo não permitia o seu cabelo livre. Como sempre o
silêncio era o seu companheiro, sua boca se abria para quase nada.
Observar era uma de suas maiores qualidade.
—
Por que não
aumentamos nosso terreno— a mesa parou— podemos utilizar a terra
de baixo dos pés deles, já que eles não vêm por emoção
mudemos a forma de ataque.
—
Mas como
faríamos o chão desmoronar?— Adáia gostou da ideia Loreah olhou
intrigada para seu soldado.
—
Como
faríamos essa ação?
Sten
juntou as sobrancelhas, questionando a si mesmo sobre a ideia. Guinn
foi ágil.
—
Podemos
fazer um túnel a baixo da borda e fazê-lo desmoronar.
—
Demorará
demais!— Loreah novamente.
—
Podemos
cavar pontos-chave durante a noite e fazer cair esses pontos e assim
que atacarmos não vai ter como eles esperarem mais— Marian
complementou o pensamento.
Um
sorriso de alívio surgiu no rosto de todos eles, talvez desse certo,
eles precisavam apenas de uma luz.
As
noites seguintes foram de grande trabalho para os mineiros e
ferreiros, furtivamente cavaram apoiando madeiras fortes que aguentavam
o peso necessário. Foi deixado um mecanismo feito por Loreah que
faria a madeira quebrar e ceder. Bastava rachá-la ou causar um
impacto maior e ela deixaria de suportar. Tudo pensado por todos. O
ataque estava preparado. O dia seguinte era o dia em que os soldados
escarlate conheceriam melhor a guarda de Tya.
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