—
Loreah!
Loreah!
Gritavam
Pirtrio
e Pãtrio
A
ladina estava parada com o capuz verde pendendo
no pescoço, era o segundo oponente da espada, não
era sua especialidade mas o duelo anterior tinha atraído bastante
atenção. Havia ganhado do segundo colocado do ano anterior com um
golpe. O seu segundo oponente era um dos
guardas
que havia cercado ela e seus amigos. Ele
a temia, apesar dela ter sido nocauteada com certa facilidade ,os
primeiros movimentos vistos deixaram uma impressão sobre ele.
Retirou a espada da bainha fazendo barulho. As regras do torneio de
esgrima eram simples, o primeiro a sangrar perdia. Claro que eram
evitados os
pontos vitais, batalhas as vezes eram decididas com arranhões
superficiais feitos pelo solos. Loreah porém
não
ligava para isso. O oponente que a enfrentou pela primeira vez saiu
com a bochecha trespassada pela lâmina
da ladina. Ela só
tinha um oponente em mente. A batalha final era realizada por todos
os competidores que obtivessem três vitórias, podendo perder apenas
uma vez.
—
Estou
sem paciência—Loreah
chamou mais um soldado que estava na fila, ele achou
que lutar contra a estrangeira seria uma forma fácil de conseguir
vitória.
— Eu?
— Claro!
Vamos vocês dois contra mim pra resolver isso logo.
— Isso
não
seria justo.
— Injusto
é eu enfrentar apenas um de vocês.
O
soldado anterior
mostrou magoa nos olhos e atacou, Loreah esquivou-se da investida com
facilidade.
— Vamos!
Rápido! — Ela acenou para o soldado que ainda estava em duvida em ataca-la junto com o outro, ele aceitou a batalha.
— Eu
não preciso da sua ajuda—reclamou
o
soldado
ainda se recompondo do golpe falho.
No
mesmo instante sentiu a lâmina
subir cortando a sobrancelha, o sangue pingou na bochecha. O outro
olhando
aquilo golpeou a ladina que tinha o braço estendido apontando o céu
com a ponta da lâmina
ensanguentada.
—Pronto,
agora não
tem mais choro —
ela
deu um passo para o lado e golpeou a mão do rapaz que não conseguiu
interromper o golpe. Ele abriu a mão deixando a espada cair. A base
do dedão
sangrava. A ladina não
pretendia causar danos maiores em lutadores fracos. Ela desejava o
sangue de Ádaia,
que já esperava os oponentes da parte final do torneio da espada. A
guarda mestre treinava seu arco, enquanto entre uma parada ou outra
testava o gosto das novas receitas feitas por seu marido Cilindor.
Loreah viu que ela não dava a menor importância para quem iria ir
contra ela. Isso só
fez seu sangue ferver mais.
Marian
olhava hipnotizada para a caixa. Buscava
na sua mente todas as histórias
que sua mãe havia contado. Quando a
noite caia, Ruflo trancava as duas em um dos cômodos da sua casa e
aquele cômodo era o cenário de histórias até
a morte da mãe dela. Ela buscava as histórias
porque os animais não eram estranhos, ela não estava prestando
atenção mais em nada. Absorta em seus pensamentos concluiu que se
fosse algo óbvio
demais as pessoas já teriam aberto aquele cubo.—Sten,
o
torneio aqui esta a forja e as ferramentas necessárias.—Obrigado
Calinor.—Outra
coisa, você tem três dias para terminar o que for fazer, seja
armadura, arma, cela, qualquer coisa—
O
menino estava ofegante —
Essa
é minha primeira tentativa de entrar no torneio,
minha
mãe falou que eu estava preparado há um ano mas eu não queria
mexer com culinária igual meu pai, eu quero é mexer com criação
de armas, igual
meu tio.
Ele
que vai me ajudar, seremos uma dupla esse ano. Eu ainda não tenho
força para martelar o metal mas meu tio fala que tenho boas ideias —
Ele
abriu um sorriso.—
Aonde
consigo a matéria prima?—
Tudo
fica nos depósitos, eles ficam aberto e você pode pegar o que
quiser, depois do torneio todo que utilizaram vão minerar. A única
coisa que é bem limitada é os itens que vem dos animais, só
aproveitamos as partes dos animais que morrem.—
Obrigado
Calinor.—
E
vê se não esquece os pontos de forja.Sten
balançou a cabeça e pegou as ferramentas que demorou dois dias para
conseguir com ajuda de Calinor.
A
tarde de disputas continuou, até a regente declarar o término do
primeiro dia. Uma grande fogueira foi feita, e os cozinheiros
finalistas se prepararam para criar as comidas mais gostosas e que
dessem
mais energia. Uma grande festa, muitas canecas de cevada amarga,
sucos de mangedéias e muitas comidas. Todos estavam feliz, todos
não. Loreah estava longe da festividade, tinha voltado para a pena
de luz. Estava em seu quarto no escuro sentada virada
para a parede,
seus
dentes rangiam,
adaga riscando
a parede, ela desenhava um símbolo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário