sexta-feira, 4 de março de 2016

Tya - A batalha do chamado (Sten e Marian)

Os raios do sol mal encontravam os solos perto de Tya. Soldados se apertavam nas fronteiras, ferreiros ajuntavam os armamentos, os arqueiros ainda encostados nas beiras do muro de madeira, reforçados com pedra e metal. Loreah e Adáia haviam designado doze generais que coordenariam baseados nas táticas aprendidas os ataques, A ladina havia ensinado como os métodos brutos de batalha dos soldados escarlates: O avanço sem piedade, a falta de dor ou sensibilidade, a força de dez homens comuns, a agilidade, armaduras em comunhão com o corpo e o jeito eficaz de causar danos. Todos os soldados lembravam dela afirmando e reafirmando " a oportunidade que tiverem arranquem um membro sem medo, de preferência a cabeça para que não continuem lutando e caso sejam pegos e confrontados fujam e procurem uma forma melhor de atacar, não é covardia querer sobreviver". Os dispositivos de desmoronamento criados pela ladina abririam novos caminho, possibilitariam o complemento do grande plano.
Marian juntava os suprimentos e pergaminhos de anotações criados por ela e por Liof sobre o conhecimento que tinham sobre a magia. Vestiu um manto marrom-esverdeado e pediu para ir com o povo que se dirigira para Runei, uma das cidades que seria abordada rapidamente. O seu plano era passar pelos postos e seguir em direção ao labirinto plano. Quando terminava de compor sua bolsa de algodão escutou passos na porta de seu quarto. Um soldado a esperava na porta. A mão de Marian rodou a maçaneta e ao sair o único que sabia dos seus anseios estava ali. Sten a olhou, suas sobrancelhas arquearem e um sorriso pequeno tentava passar o apoio a atitude dela, mas seus olhos um pouco tristes denunciavam o que ele sentia.
Você tem certeza!?
Tenho Sten, o cubo é algo importante. Estudando com Liof montamos inúmeras teorias, temos alguns pontos e para vencer o sentinela, precisaremos estar completamente preparados no campo da utilização da magia. Liof não vai comigo pois protegera com suas energias esse local acompanhado de Duia e o sentinela não se atrevera a atacar ainda.
Porque então não conta para ele também? – Ele buscava alguma reação no rosto da líder de Falligan, um silêncio incomodo se instaurou – Posso ir com você?
Você sabe que Runei vai ser uma grande dificuldade e sem você acho difícil eles vencerem o local aonde o senhor do castelo tem influência direta. Você conhece aquele local e saberá como agir.
Pãntrio e Pirtrio precisam de alguém ao lado…

Ele mostrou os dentes em uma tentativa de sorriso, não acreditava tanto que era uma peça fundamental para a batalha, mas sabia que para os garotos a presença dele ou de um dos amigos mais próximos seria importante. Colocou então um dos elmos que o igualaria a qualquer soldado. Marian cobriu utilizando o capuz da capa e se dirigiram para o portão que entraram a um tempo atrás.

Tambores estavam posicionados atrás de cada uma das tropas, o sinal viria deles ao comando de uma flecha de fogo disparada por Adáia. Sten contemplava a mulher que se distanciaria por um tempo, de costas para ele, ela parecia concentrada, sua mão se aproximou do ombro dela. Desistiu, abaixou a cabeça e respirou profundamente. O movimento da cabeça da mulher levou os olhos a se encontrarem. Ela virou o corpo na direção do soldado, aproximou um pouco mais e retirando uma adaga de sua bolsa riscou o símbolo do ar no peitoral. Pressionou com carinho o local que acabara de desenhar, sentindo um pouco da sua energia sendo direcionada aquela armadura. Abriu a boca para alguma explicação, mas foi interrompida pelos tambores. A batalha começara Pirtrio e Pãntrio viam aquela cena esperando que o caminho até a passagem que levava a Runei estivesse aberto. Os disparos precisos, alguns precisaram de mais de um disparo, fizeram as bordas envolta da grande depressão aonde se encontrava Tya desmoronarem, foi possível ver os soldados escarlates caindo na fenda, flechas voaram para atingir aqueles que sobreviviam. Após a primeira saraivada viram que os inimigos que não foram soterrados se levantavam com setas fincadas, trespassadas e saiam em busca de voltar para as partes restantes das bordas.

— Senhor! Eles estão nos atacando, levaram a maioria do contingente no limite do santuário.
— Vamos perder muitos homens? – A voz na cabeça do primeiro cavaleiro ressoava monótona
— P
erderemos de qualquer jeito.
— Então lute, se vamos perder não atacando, ataque com os que já estão dentro do santuário e faça-os sentir um pouco da perda. Quanto aos outros mande-os para as estradas e acampamentos. Mais meio inverno e estarei pleno, e mais dois dias teremos seu irmão em ação.
O grito para impulsionar aqueles que ainda possuíam alguma consciência entre os soldados escarlates veio do cavaleiro primordial. Enquanto isso os outros que eram meras marionetes e estavam antes da grande depressão se direcionaram as estradas. O cavaleiro que se locomovia como a luz saiu dali e foi para Runei, preparar as tropas alvas. Todas as estradas estariam encobertas, mas nenhuma em direção ao castelo poderia estar desprotegida.

Os portões se abriram deixando os soldados saírem nas direções determinadas, Loreah e adáia haviam montado um plano interessante de busca: Dividiram suas tropas em quatro partes, uma delas seria comandada até os limites do castelo branco, outras duas tinham como objetivo chegarem as outras aldeias e uma última ficaria para defender Tya de qualquer investida dos soldados escarlates. Sten estava na tropa que buscaria limpar o caminho até o castelo, partiram em direção a floresta que levaria a Runei. O barulho das armaduras era duro para os ouvidos, o caminhar era ritmado e preciso, uma quantidade quase igual aos soldados descia em direção a floresta que envolvia aquela entrada. O primeiro choque mostrou a grande diferença, a disciplina dos soldados treinados por adáia e loreah era impecável. Chegaram unidos ao seu objetivo enquanto os soldados escarlates não importavam para seus companheiros, atacavam displicentemente. As espadas escarlates encontraram os escudos cinzas, os escudos eram fortes e leves mas sofreram riscos profundos, as pancadas faziam a linha de frente recuar. Após o primeiro impactos trabalhavam os da segunda linha auxiliaram no contra-ataque, com a formação criada oportunizava dois atacarem um soldado escarlate e retornarem para defender, porém não era o suficiente a força que os soldados escarlates tinham era maior. Espadas cortavam os cavaleiros escarlates enquanto outros tentavam defender, depois da quinta recuada as perdas foram inevitáveis. Os escudos cederam, espadas trespassaram alguns, Sten ainda não havia entrado em batalha, aguardava na última fila. Marian apressada saiu pelo flanco esquerdo da tropa. O cavaleiro novato a seguiu, rapidamente a mulher foi abordada por um cavaleiro escarlate. O medo invadiu Sten, Acelerou o passo. Um clarão e o folego do rapaz se foi. Um soldado escarlate estava em chamas, atacado pela bola de fogo que acabara de sair dos dedos de Marian. Ela seguiu em direção as árvores e se escondendo. O suor frio escorria pelo rosto escondido da mulher, a utilização da magia que ainda utilizava muito de sua energia apesar de um santuário potencializar as capacidades. Se esgueirou e subiu as pedras escorando uma vez por outra, já abria uma distância considerável, olhou para trás e enxergou as forças escarlates esmagar mais da metade dos soldados. Um machado despencava em direção as costas da mulher, ela desviou e Sten cortou a cabeça do oponente com um golpe de um de seus machados, ele não havia a abandonado.

— Volte, eles precisam de você!
Ele afirmou com a cabeça e seguiu para o campo de batalha sentindo o peito pesado e a garganta precisando gritar, arrancou seu capacete. Sentiu o ritmo das passadas o ar brincar com pele de seu rosto e entrou pulando em cima de um dos soldados escarlate mais perto, seus machados davam golpes furiosos, ferozes e sedentos. O sangue dos escarlates evaporava criando nuvens incomuns no campo de batalha. Sten, O selvagem mostrava sua verdadeira natureza, vencia a força com sua agilidade e vontade. Lutando para sobreviver além de tudo e utilizando daquilo que ainda não sabia sentir para fazer o que podia para vencer, para ser o homem em pé, depois do ataque. Aos poucos, sua armadura foi desatrelada do corpo. Primeiro as ombreiras e depois o peitoral. Apenas a proteção da perna e as manoplas sobraram, ele ofegava e os soldados de Tya que lutavam ao seu lado ganharam motivação para continuar, ver Sten como exemplo em batalha foi o impulso final que eles precisavam. Venceram os soldados que estavam ali e dos setenta soldados de Tya sobraram apenas dez. Olhar perdido em pé sobre a carcaça do último inimigo, os machados firmes na mão, feridas profundas nos braços e no peitoral desprotegido era isso o que enxergavam os outros nove, feridas que foram amenizadas pelo santuario. Um homem que sobreviveu dando de toda a força que dispunha. O selvagem levantou a cabeça e procurou a mulher entre as árvores. Marian havia partido.

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